O real digital emitido pelo banco central é uma versão digital da moeda brasileira no formato CDBC, com paridade de 1:1 com o real.
Após o sucesso do Pix, o Brasil acaba de dar mais um grande passo em direção à digitalização da atividade econômica. Isso porque na última quinta-feira (20) começaram a ser emitidos os primeiros protótipos da moeda digital do banco central brasileiro, o Real Digital (CBDC).
Conforme relata o colunista da Folha de S. Paulo Ronaldo Lemos, a primeira produção da nova moeda do Banco Central (BC) ocorreu em seu ambiente experimental, o Laboratório de Inovação Financeira e Tecnológica (LIFT). No entanto, o lançamento oficial está previsto para 2024.
Mas o que é Real Digital?
Como o nome sugere, Real Digital é essencialmente uma versão digital da moeda brasileira (R$) – com o mesmo valor do dinheiro tradicional. A moeda alternativa funciona na forma de uma moeda estável com uma categoria de igualdade 1:1 com o real.
Mas não se engane: Real Digital não é uma criptomoeda. Diferentemente das criptomoedas, que não possuem regulação ou autoridade central de controle, a moeda digital do Brasil é regulamentada pelo BC, que também é responsável por sua emissão. A distribuição é feita por meio de bancos, instituições financeiras e demais operadoras dos atuais sistemas de pagamento.
A criação segue a tendência global de moedas digitais governamentais, como o yuan digital da China ou o CBDC da França. Outros países, como Coreia do Sul, Japão e Canadá, também estão explorando conversões oficiais para versões digitais de suas moedas locais.
Nesse sentido, uma das vantagens do ativo seria a capacidade do CDBC brasileiro se integrar com ferramentas e organizações específicas da rede blockchain, como contratos inteligentes, instrumentos financeiros descentralizados (DeFi) e organizações autônomas descentralizadas (DAOs).
Isso também está relacionado a outra questão: segurança de dados. Graças a essa integração com o blockchain, o banco central acredita que a Real Digital pode contribuir no combate ao crime financeiro e à lavagem de dinheiro, principalmente pelo monitoramento dos fluxos – embora a privacidade ainda seja discutida.
Há outros benefícios em jogo, como a “internacionalização” do dinheiro real – as compras internacionais podem ser feitas sem precisar trocar primeiro por outras moedas – e a redução da emissão de papel-moeda, que o BC diz ter apenas três. operações no Brasil.
E quando estará disponível?
Como mencionado, o lançamento dos protótipos Real Digital já começou, o que marcou também o lançamento da rede CDBC – ela não está mais offline. No entanto, vale ressaltar novamente: o processo está em fase piloto, abrindo caminho para um período de testes que deve começar em 2023.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já revelou que a moeda digital do Brasil não deve ser possível antes de 202
.significa que ainda há um longo caminho a percorrer e discussões e mudanças definitivamente farão parte deste lançamento.
FONTE: Senado Federal, Agência Brasil, Exame
